Alianças
Lá fui eu a mais um casamento...
Um vestido de cinco contos, um lenço que me deram no Natal passado, uns sapaticos de há 3 anos bem engraxadinhos e pronto, pus baton!
Ao catraio comprei roupa nova, mais comum que eu sei lá!
12:00 - Na igreja - Peguei nos miúdos todos e fui mesmo para a frente do altar observar a cerimónia. É algo que não consigo perceber. As meninas nas alianças bocejavam e encostavam-se umas às outras. Os noivos cochichavam constantemente e riam-se. À mínima tosse de algum conviva, os convidados olhavam como se algo extraordinário estivésse a acontecer. A soprano, mal começava a cantar, fazia com que uma menina de 3 anos se pusésse a chorar compulsivamenhte, tal era a tristeza que a música fazia sentir. O padre fazia o seu sermão, dando conselhos matrimoniais apoiados em uma experiência que nunca viveu. Estranho, no mínimo. O moço das filmagens e a fotografa lá faziam o seu trabalho empoleirados em cima dos acontecimentos, poucos, que iam sucedendo em tempos demasiadamente espaçados. Os padrinhos, fartinhos de estarem de pé, equilibravam-se ora num pé ora noutro, cruzavam e descruzavam os braços com o ar mais enfadado do mundo. E as crianças que comigo estavam faziam-se cócegas, batiam com os pés, riam, bufavam, encavalitavam-se, tentavam imitar a soprano (eheheh), falavam aos gritos e perguntavam de minuto a minuto se ainda demorava muito. Uma delas, até, ficou desanimada ao ver que na igreja não estavam as mesas de doces que tanto lhe tinham falado. Enfim... E assim se casam as pessoas, num ritual nada sentido onde toda a gente murmura suspirante: Que seca!
16:00 - No Copo D’água – Jesus, estava tudo esfomeado! Nem pelos noivos esperaram... As crainças ao verem as mesas das entradas atacaram-nas ferozmente. Que boa oportunidade! Os pais e demais família ralharam durante um minuto acabando por esquecer os bons modos e trunga: nhac, nhac! Depois as fotografias da praxe, com os noivos olheirentos de braço dado com gente a mais gente, sorrisos amarelos e rezas silênciosas. Deu-me pena, eheh! De repente, eis que se ouve algo estrondoso, assustador até: Uma banda latino americana a tocar a marcha nupcial... Verdade! Mas nuns décibeis muito acima do suportável. Era ver os noivos e os convidados que os seguiam de ar assustado, em pânico perguntando-se uns aos outros se o almoço iria ter aquele ruído de fundo constantemente. Bem, após umas 5 ou 6 músicas lá foi a mãe da noiva manda-los literalmente calar. Ufas! Que suplício. E os comes? Onde andam? Lá vieram muito devagar, demorando mais a servir que a consumir. Passado uns seis pratos lá se pôs a banda num chinfrim danado, obrigando o meu pai a quase dar um pontapé na coluna que tinha mesmo virada para os ouvidos dele. Após um breve negócio entre papá da Treca e maetro latino americano, lá prosseguiram eles em tom moderado.
Mal a banda começou a tocar umas pimbalhadas surgiram uns casais naqueles bailaricos habituais, os miúdos deitados no chão ou a correrem, já todos embadalhocados, os noivos a distribuirem umas porcarias que não servem para nada, família que nos vem dizer que estamos muito bem e que não nos vêem há anos e anos, blá, blá, blá.
Eram dez da noite e decidi retirar-me usando as palavras já memorizadas e comuns a todos: “Bem, vou indo, tem de ser. Beijinhos e até um próximo casamento!” Ehehe
Daqui a quinze dias há outro, mas consegui fugir, ufa!
Por difícil que seja, só desejo que consigam atingir a felicidade! Porém, pergunto-me: Será preciso tudo isto para a obter? Será necessário um contrato escrito, filmado e fotografado para o cumprimento de todas aquelas promessas?
Eles lá sabem...
Um vestido de cinco contos, um lenço que me deram no Natal passado, uns sapaticos de há 3 anos bem engraxadinhos e pronto, pus baton!
Ao catraio comprei roupa nova, mais comum que eu sei lá!
12:00 - Na igreja - Peguei nos miúdos todos e fui mesmo para a frente do altar observar a cerimónia. É algo que não consigo perceber. As meninas nas alianças bocejavam e encostavam-se umas às outras. Os noivos cochichavam constantemente e riam-se. À mínima tosse de algum conviva, os convidados olhavam como se algo extraordinário estivésse a acontecer. A soprano, mal começava a cantar, fazia com que uma menina de 3 anos se pusésse a chorar compulsivamenhte, tal era a tristeza que a música fazia sentir. O padre fazia o seu sermão, dando conselhos matrimoniais apoiados em uma experiência que nunca viveu. Estranho, no mínimo. O moço das filmagens e a fotografa lá faziam o seu trabalho empoleirados em cima dos acontecimentos, poucos, que iam sucedendo em tempos demasiadamente espaçados. Os padrinhos, fartinhos de estarem de pé, equilibravam-se ora num pé ora noutro, cruzavam e descruzavam os braços com o ar mais enfadado do mundo. E as crianças que comigo estavam faziam-se cócegas, batiam com os pés, riam, bufavam, encavalitavam-se, tentavam imitar a soprano (eheheh), falavam aos gritos e perguntavam de minuto a minuto se ainda demorava muito. Uma delas, até, ficou desanimada ao ver que na igreja não estavam as mesas de doces que tanto lhe tinham falado. Enfim... E assim se casam as pessoas, num ritual nada sentido onde toda a gente murmura suspirante: Que seca!
16:00 - No Copo D’água – Jesus, estava tudo esfomeado! Nem pelos noivos esperaram... As crainças ao verem as mesas das entradas atacaram-nas ferozmente. Que boa oportunidade! Os pais e demais família ralharam durante um minuto acabando por esquecer os bons modos e trunga: nhac, nhac! Depois as fotografias da praxe, com os noivos olheirentos de braço dado com gente a mais gente, sorrisos amarelos e rezas silênciosas. Deu-me pena, eheh! De repente, eis que se ouve algo estrondoso, assustador até: Uma banda latino americana a tocar a marcha nupcial... Verdade! Mas nuns décibeis muito acima do suportável. Era ver os noivos e os convidados que os seguiam de ar assustado, em pânico perguntando-se uns aos outros se o almoço iria ter aquele ruído de fundo constantemente. Bem, após umas 5 ou 6 músicas lá foi a mãe da noiva manda-los literalmente calar. Ufas! Que suplício. E os comes? Onde andam? Lá vieram muito devagar, demorando mais a servir que a consumir. Passado uns seis pratos lá se pôs a banda num chinfrim danado, obrigando o meu pai a quase dar um pontapé na coluna que tinha mesmo virada para os ouvidos dele. Após um breve negócio entre papá da Treca e maetro latino americano, lá prosseguiram eles em tom moderado.
Mal a banda começou a tocar umas pimbalhadas surgiram uns casais naqueles bailaricos habituais, os miúdos deitados no chão ou a correrem, já todos embadalhocados, os noivos a distribuirem umas porcarias que não servem para nada, família que nos vem dizer que estamos muito bem e que não nos vêem há anos e anos, blá, blá, blá.
Eram dez da noite e decidi retirar-me usando as palavras já memorizadas e comuns a todos: “Bem, vou indo, tem de ser. Beijinhos e até um próximo casamento!” Ehehe
Daqui a quinze dias há outro, mas consegui fugir, ufa!
Por difícil que seja, só desejo que consigam atingir a felicidade! Porém, pergunto-me: Será preciso tudo isto para a obter? Será necessário um contrato escrito, filmado e fotografado para o cumprimento de todas aquelas promessas?
Eles lá sabem...
3 Comments:
Ai, Patrecazinha... Isso não foi um casamento, foi uma epopeia! Estou a imaginar esse soprano a assassinar a música que alguém compôs com desvelo, estou a imaginar o pessoal todo a pensar "mas que seca esta!", estou a imaginar a banda latina a tocar (?) a marcha nupcial... Estou a imaginar o teu Borrachinho a fazer umas tropelias para animar a festa. Depois de imaginar tudo isto penso que das duas uma: 1) porque não ir ao registo com as testemunhas, dar o nó e seguir directamente para o aeroporto em lua de mel? O dinheiro que se não gasta na boda dá para ir às Maldivas!
2) porque não juntar os trapinhos? juntam-se e pronto! O compromisso existe, não é?
O que eu também não percebo é tanto trabalho para casar... Sobretudo porque as pessoas depois pensam que o casamento não dará mais trabalho que a boda, o que não é verdade...
Beijocas, linda!***
bem apesar de ter sido seca lá te divertistes com os putos e sempre comeram de borla( eheheheh)
beijocasssssssssssssss lindaaaaaaaaaaaaaaaa
p.s mote
Desde que sejam felizes... :) Beijo grande e espero que te salves muitas vezes de dias assim ;-) Carla
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